terça-feira, 2 de novembro de 2010

Uma Recordação

Ai! A planície… aquele lugar onde uma infinidade de cores se reúnem no céu, acabando com o sol a cair no monte mais alto e mais verde da minha rica Planície!
O púrpura brilhante e abafado, trazendo com ele os tons de rosas a rematarem para mim. O laranja, o amarelo e o vermelho se juntam, fazendo imagens no céu, de que nunca me vou esquecer. Não perdoo as cores perdidas naquela cúpula infindável e não pretendo desculpar os tons de azul a tentar escapar do meu olhar! Não consigo deixar de olhar para aquele mundo de rosas, escarlates e roxos. O céu sempre foi dono de mim. Sempre me mostrou a tela de cores que me fascinava, me deslumbrava!
Que vontade de voltar a ver todas aquelas grandes e esbeltas árvores, a balançar ao ritmo da brisa tardia. E aquela relva? Que relva!! Sempre tão verde, tão brilhante, tão fresca e tão macia daquele descampado.
Durante o dia…a festa de sons que me invadia a cabeça e me fazia sorrir. Durante a noite… um silêncio que apenas me deixava ouvir as cegarregas e os grilos a cantar ao som do vento.
E quando o sol dava ligar à lua, sempre calmo e sereno, lembrava-me daqueles belos momentos de infância em que brincava com o sol. Aqueles raios de luz penetravam-me o olhar, deixando os meus olhos impacientes de tanto esplendor.
A brisa que, doce e gentilmente, sempre me arrepiou, faz-me agora sentir saudades de tudo isto, de toda a beleza arrebatadora da minha planície. Tenho saudades dos momentos ao sol e das buscas pelos esconderijos perfeitos, sabendo que seriam só meus e da minha imaginação. E a vontade de querer regressar torna-se visível, mas sempre difícil de concretizar, não pelo medo do que vou encontrar, passado tanto tempo, mas sim por ter medo de nunca mais a querer deixar, não querer deixar  a minha planície.

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